Dor Neuropática: O Choque Que Ninguém Deveria Ignorar
Por Via Internet • 28 de novembro de 2025
Por Via Internet • 28 de novembro de 2025
A dor neuropática, resultado de lesão ou disfunção do sistema nervoso, é uma condição crônica e debilitante que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Caracterizada por sensações de queimação, choque elétrico e agulhadas, ela pode ser causada por diversas condições, como diabetes, herpes zoster e lesões traumáticas. O diagnóstico preciso é fundamental para o tratamento adequado, que pode envolver medicamentos, fisioterapia, terapia comportamental e, em alguns casos, procedimentos intervencionistas. Embora não haja cura definitiva, o controle eficaz da dor é possível, permitindo que os pacientes retomem suas atividades diárias e melhorem sua qualidade de vida.
Como Neurologista, dedico minha carreira a desvendar os mistérios do sistema nervoso. E entre os desafios mais complexos e intrigantes que encontro na prática clínica, a dor neuropática se destaca. Não é uma dor comum, daquelas que sentimos após um corte ou uma batida. É uma dor diferente, que surge de dentro para fora, como um alerta de que algo não vai bem no próprio sistema que deveria nos proteger e nos conectar com o mundo.
A dor neuropática é definida como uma dor crônica causada por lesão ou doença que afeta o sistema nervoso somatossensorial. Esse sistema é responsável por processar as informações sensoriais do nosso corpo, como tato, temperatura, dor e posição. Quando há um dano nesse sistema, as mensagens enviadas ao cérebro podem ser distorcidas, resultando em sensações dolorosas anormais e persistentes.
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Os pacientes com dor neuropática frequentemente descrevem a dor como:
Queimação: Uma sensação intensa de calor ou ardor na área afetada.
Choque elétrico: Pontadas súbitas e intensas, como se fossem descargas elétricas.
Agulhadas: Sensações de picadas ou formigamento.
Dormência: Perda de sensibilidade ou sensação de anestesia.
Hipersensibilidade: Dor intensa ao toque leve, roupas ou até mesmo variações de temperatura.
Essa dor pode ser constante ou intermitente, e sua intensidade varia de leve a incapacitante. Ela pode afetar qualquer parte do corpo, mas é mais comum nas extremidades, como mãos e pés.

Dor Neuropática: O Choque Que Ninguém Deveria Ignorar
Diversas condições podem levar à dor neuropática, incluindo:
Diabetes: A neuropatia diabética é uma das causas mais comuns, afetando os nervos periféricos devido aos altos níveis de glicose no sangue.
Herpes Zoster: A neuralgia pós-herpética é uma complicação do herpes zoster (cobreiro), que causa dor intensa e persistente na área afetada pela erupção cutânea.
Lesões Traumáticas: Lesões na medula espinhal, nervos periféricos ou cérebro podem resultar em dor neuropática.
Esclerose Múltipla: Doença autoimune que afeta o sistema nervoso central, podendo causar dor neuropática em diversas partes do corpo.
Câncer: Tumores podem comprimir ou infiltrar nervos, causando dor. Além disso, alguns tratamentos contra o câncer, como quimioterapia e radioterapia, podem danificar os nervos.
Infecções: HIV, hanseníase e outras infecções podem afetar o sistema nervoso e causar dor neuropática.
Deficiências Nutricionais: Falta de vitaminas do complexo B, por exemplo, pode levar à neuropatia.
Uso Excessivo de Álcool: O alcoolismo crônico pode danificar os nervos periféricos.
A dor neuropática não é apenas um sintoma físico; ela tem um impacto profundo na qualidade de vida dos pacientes. A dor crônica pode levar a:
Distúrbios do Sono: A dor pode dificultar o sono, causando insônia e fadiga.
Depressão e Ansiedade: A dor constante e a limitação das atividades diárias podem levar a problemas de saúde mental.
Isolamento Social: A dor pode dificultar a participação em atividades sociais e o convívio com outras pessoas.
Problemas no Trabalho: A dor pode afetar o desempenho profissional e até mesmo levar ao afastamento do trabalho.
Impacto Financeiro: O custo do tratamento e a perda de renda devido à incapacidade podem gerar dificuldades financeiras.
O diagnóstico da dor neuropática é baseado na história clínica do paciente, exame físico e neurológico. Em alguns casos, exames complementares, como eletroneuromiografia e ressonância magnética, podem ser necessários para identificar a causa da lesão nervosa.
O tratamento da dor neuropática é multidisciplinar e visa controlar a dor, melhorar a qualidade de vida e tratar a causa subjacente, quando possível. As opções de tratamento incluem:
Medicamentos: Antidepressivos, anticonvulsivantes, opioides e analgésicos tópicos podem ser utilizados para controlar a dor.
Fisioterapia: Exercícios e técnicas de fisioterapia podem ajudar a melhorar a mobilidade, reduzir a dor e fortalecer os músculos.
Terapia Comportamental: A terapia cognitivo-comportamental pode ajudar os pacientes a lidar com a dor crônica e seus impactos emocionais.
Procedimentos Intervencionistas: Bloqueios nervosos, estimulação da medula espinhal e outras técnicas podem ser utilizadas em casos mais graves.
Embora a dor neuropática seja uma condição desafiadora, os avanços na pesquisa e no tratamento oferecem esperança aos pacientes. Novas terapias, como a estimulação cerebral profunda e a terapia gênica, estão sendo estudadas e podem trazer novas opções no futuro.
Como neurologista, reafirmo meu compromisso em buscar as melhores soluções para cada paciente, oferecendo um tratamento personalizado e humanizado. A dor neuropática não deve ser ignorada; ela é um sinal de que seu sistema nervoso precisa de atenção. Se você sofre com esse tipo de dor, procure um especialista e não desista de buscar alívio e qualidade de vida.
1. A dor neuropática tem cura?
Na maioria dos casos, a dor neuropática não tem cura definitiva, mas pode ser controlada com o tratamento adequado. O objetivo do tratamento é reduzir a intensidade da dor e melhorar a qualidade de vida do paciente.
2. Quais são os medicamentos mais utilizados para tratar a dor neuropática?
Os medicamentos mais utilizados incluem antidepressivos (como amitriptilina e duloxetina), anticonvulsivantes (como gabapentina e pregabalina), opioides (como tramadol e morfina) e analgésicos tópicos (como lidocaína e capsaicina).
3. A fisioterapia pode ajudar na dor neuropática?
Sim, a fisioterapia pode ser muito útil no tratamento da dor neuropática. Exercícios de alongamento, fortalecimento muscular e técnicas de dessensibilização podem ajudar a reduzir a dor e melhorar a mobilidade.
4. A dor neuropática pode afetar o sono?
Sim, a dor crônica pode dificultar o sono, causando insônia e fadiga. O tratamento da dor pode ajudar a melhorar a qualidade do sono.
5. A dor neuropática pode causar depressão?
Sim, a dor crônica e a limitação das atividades diárias podem levar à depressão e ansiedade. O tratamento da dor neuropática deve incluir também o cuidado com a saúde mental do paciente.
6. Como posso prevenir a dor neuropática?
Algumas medidas podem ajudar a prevenir a dor neuropática, como controlar o diabetes, evitar o consumo excessivo de álcool, manter uma alimentação saudável e equilibrada, e praticar atividades físicas regularmente.
[1] IASP. Classification of Chronic Pain. Disponível em: https://www.iasp-pain.org/resources/terminology/