Sintomas distintos da doença de Parkinson ligados a diferentes caminhos do cérebro: A identificação de circuitos neurais esclarece os sintomas motores vs. cognitivos, auxiliando os esforços para melhorar os tratamentos
Sintomas distintos da doença de Parkinson ligados a diferentes caminhos do Cérebro
A Doença de Parkinson (DP) ou Mal de Parkinson é bem conhecida como uma doença debilitante que se agrava gradualmente com o tempo. Embora a progressão da doença tenha sido em grande parte ligada à perda das funções motoras, os sintomas não motores, incluindo a perda das habilidades cognitivas, freqüentemente emergem cedo na doença.
Muito menos compreendido é o papel que os circuitos neurais específicos desempenham nessas distintas funções motoras e não-motoras.
Um novo estudo conduzido por neurobiólogos da Universidade da Califórnia em San Diego e seus colegas descobriu que caminhos neurais específicos e identificáveis são carregados com funções particulares durante os estágios da doença.
Suas descobertas, publicadas recentemente na Nature Neuroscience, podem ajudar a formar a base para melhorar as estratégias terapêuticas para sintomas precisos da Doença de Parkinson em vários níveis de progressão da doença.
Pesquisadores usaram uma mistura de abordagens
Os pesquisadores usaram uma mistura de abordagens para lançar mais luz sobre a importância anatômica e funcional de um centro de circuitos cerebrais conhecido como os gânglios basais, localizado nas profundezas do crânio.
Especificamente, os pesquisadores, trabalhando em camundongos, investigaram caminhos de circuitos ligados a neurônios específicos no globus pallidus externo, ou GPe, e seu papel em diferentes comportamentos relacionados à doença de Parkinson. O GPe é conhecido por sua forte produção e influência em várias regiões cerebrais a jusante.
As investigações incluíram uma abordagem multifacetada utilizando eletrofisiologia, rastreamento viral e experimentos comportamentais. Os pesquisadores identificaram duas populações de neurônios GPe e seus caminhos distintos ligados a diferentes sintomas comportamentais.
Nosso trabalho demonstra que os distintos circuitos neurais nos gânglios basais estão diferentemente envolvidos nos sintomas motores e não motores de comportamentos semelhantes aos de Parkinson que ocorrem em diferentes estágios da doença”, disse Lim, professor associado da Seção de Neurobiologia da Divisão de Ciências Biológicas da UC San Diego. “Isto sugere que a avaliação dos mecanismos detalhados dos circuitos é necessária para compreender completamente as mudanças no cérebro durante a progressão da DP, e poderia fornecer melhores estratégias terapêuticas para o tratamento da DP
“Nosso trabalho demonstra que os distintos circuitos neurais nos gânglios basais estão diferentemente envolvidos nos sintomas motores e não motores de comportamentos semelhantes aos de Parkinson que ocorrem em diferentes estágios da doença”, disse Lim, professor associado da Seção de Neurobiologia da Divisão de Ciências Biológicas da UC San Diego.
“Isto sugere que a avaliação dos mecanismos detalhados dos circuitos é necessária para compreender completamente as mudanças no cérebro durante a progressão da DP, e poderia fornecer melhores estratégias terapêuticas para o tratamento da DP”.
Descoberta mais Surpreendente
Lim disse que a descoberta mais surpreendente da pesquisa foi o fato de que os neurônios dopaminérgicos, aqueles que são gradualmente perdidos durante a progressão da doença de Parkinson, poderiam ser ligados tão especificamente às mudanças em diferentes áreas do cérebro.
“A manipulação seletiva de mudanças específicas pode salvar um tipo de sintoma – sem afetar outros sintomas – do Mal de Parkinson”, disse Lim.
Com a nova estrutura em mãos, Lim e seus colegas estão agora analisando mais profundamente os caminhos do circuito e como eles estão ligados a diferentes estágios dos sintomas da doença, em particular com ênfase em retardar a progressão da doença.
“Nossas descobertas fornecem uma nova estrutura para compreender a base do circuito dos diferentes sintomas comportamentais do estado de Parkinson, o que poderia fornecer melhores estratégias para o tratamento da DP”, escrevem os pesquisadores no artigo.
A lista completa de autores inclui:
- Varoth Lilascharoen (ex-aluno de pós-graduação),
- Eric Hou-Jen Wang (atual aluno de pós-graduação),
- Nam Do,
- Stefan Carl Pate,
- Amanda Ngoc Tran,
- Christopher Dabin Yoon,
- Jun-Hyeok Choi,
- Xiao-Yun Wang,
- Horia Pribiag,
- Young-Gyun Park,
- Kwanghun Chung e
- Byungkook Lim.
Uma bolsa da Fundação Anandamahidol e subsídios dos Institutos Nacionais de Saúde (U01NS094342, R01DA049787, R01NS097772, R01MH108594 e U01MH114829) apoiaram a pesquisa.
